Evidências foram encontradas em rochas sedimentares marinhas perto do Gabão, na África central.
Uma equipa de investigadores internacionais desafiou a crença de longa data de que formas de vida complexas apareceram pela primeira vez na Terra há 635 milhões de anos, apresentando descobertas que mostram que a vida pode ter existido há mais de mil milhões de anos.
Num estudo publicado em Pesquisa pré-cambriana Cientistas da Universidade de Cardiff, no País de Gales, encontraram na segunda-feira evidências ecológicas que sugerem que a vida complexa existiu 1,5 mil milhões de anos antes do que se pensava anteriormente, mas não conseguiu “espalhar-se” globalmente.
Os autores do estudo dizem que esta evidência pode apontar para uma evolução em “duas etapas” da vida complexa na Terra.
A evidência foi encontrada em rochas sedimentares marinhas da Bacia de Franceville, perto do Gabão, na África Central, que testemunhou um episódio de atividade vulcânica subaquática de dois continentes pré-cambrianos, ou crátons, que colidiram há 2,1 mil milhões de anos, de acordo com o estudo.
“Acredita-se que a disponibilidade de fósforo no meio ambiente seja um elemento essencial na evolução da vida na Terra, especialmente na transição de organismos simples”, disse o Dr. Ernest Chi Fru, principal autor do estudo da School of Earth e Ciências Ambientais da Universidade de Cardiff, em artigo publicado pelo site americano “Science Alert” de organismos unicelulares a organismos complexos como animais e plantas. Comunicado de imprensa Segunda-feira.
As duas regiões pré-cambrianas examinadas no estudo são as regiões do Congo e do São Francisco, duas massas arqueanas estáveis que já fizeram parte de uma única massa terrestre na África Central e no leste do Brasil, segundo Frew.
“Acreditamos que o vulcanismo subaquático, que se seguiu à colisão e coalescência dos crátons do Congo e do São Francisco num único corpo principal, restringiu e até isolou esta porção de água do Oceano Mundial para criar um mar interior raso e rico em nutrientes, ”Frew disse em um comunicado à imprensa.
Os pesquisadores acreditam que o ambiente vulcânico subaquático abriu caminho para a “fotossíntese cianobacteriana”, que criou “uma geração de recursos alimentares significativos” para permitir a formação de vida complexa.
Fósseis de grandes organismos desse período têm sido objeto de debate entre a comunidade científica, segundo Frew, que acredita que as descobertas do estudo podem responder a questões em torno da origem dos fósseis.
“Isso teria fornecido energia suficiente para promover o aumento do tamanho corporal e o comportamento mais complexo observado em formas de vida primitivas simples, semelhantes a animais, como as encontradas em fósseis deste período”, disse Frew.
Mas formas de vida complexas não se espalharam globalmente a partir da “natureza restrita” da região subaquática e acabaram por se extinguir, de acordo com o estudo.
“Embora a primeira tentativa de dispersão tenha falhado, a segunda tentativa conseguiu criar a biodiversidade animal que vemos hoje na Terra”, disse Frew.
“Especialista em comida. Nerd de álcool. Leitor extremo. Empreendedor. Fanático devoto de mídia social. Especialista em cerveja ávido. Introvertido. Pensador freelance.”