Em relação à Ucrânia, Orban, um eurocéptico que apoia a Rússia desde o início da guerra, disse que Kiev e Moscovo deveriam trabalhar para chegar a uma solução através da mediação. Com o fracasso da contra-ofensiva da Ucrânia e nenhum sinal de uma vitória clara da Ucrânia depois de quase dois anos, há uma sensação crescente de fadiga ucraniana dentro do bloco.
Quando conquistou um quarto mandato como primeiro-ministro em 2022, Orbán referiu-se à Hungria como “o nosso futuro europeu comum”.
“Orbán está a trabalhar para provocar uma revolução interna”, disse outro responsável da UE. Um funcionário da UE citado acima observou como a Hungria melhorou o seu jogo de comunicação em língua inglesa, apelando aos eleitores conservadores de direita em todo o bloco.
Em linha com Orbán, outros líderes de extrema-direita, como Marine Le Pen em França e Wilders nos Países Baixos, abandonaram os seus pontos de discussão sobre a saída da UE. Tal como Orbán, estão concentrados em mudar o bloco a partir de dentro.
A influência do primeiro-ministro húngaro na política europeia deverá acelerar após as eleições para o Parlamento Europeu, em Junho, altura em que se espera que a popularidade dos grupos de direita e de extrema-direita aumente, colocando-o mais perto do centro do poder. Os grupos de extrema-direita e de direita no Parlamento Europeu deverão ganhar assentos e (poder) nas eleições.
“A Hungria nunca teve alternativa e nunca teve a opção de se retirar da União Europeia”, disse Judit Varga, aliada de Orbán e legisladora que deverá estar no topo da lista do Fidesz nas eleições europeias de junho. “E seremos o último Estado-membro a manter o último pilar quando tudo entrar em colapso.”
Nicholas Vinokur e Jacob Hanke Vila contribuíram com reportagens.
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