“A Shell Energy Europe Ltd. notificou a Gazprom Export LLC que não pretende fazer pagamentos sob o contrato de fornecimento de gás à Alemanha em rublos”, disse a Gazprom em comunicado em sua conta do Telegram.
A Gazprom disse que a Shell perderia até 1,2 bilhão de metros cúbicos de fornecimento anual de gás – apenas uma fração dos 95 bilhões de metros cúbicos que o país consome a cada ano, segundo o Ministério da Economia da Alemanha.
Um porta-voz do governo alemão disse à CNN Business que estava “monitorando de perto a situação”.
“A segurança do abastecimento está garantida”, acrescentou o porta-voz.
Em março, o presidente russo, Vladimir Putin, ameaçou cortar remessas de gás para países “hostis” que se recusam a pagar em rublos, em vez de euros ou dólares estipulados em contratos.
Desde então, a Gazprom oferece uma solução aos clientes. Os compradores podem fazer pagamentos em euros ou dólares para uma conta no Gazprombank da Rússia, que converterá o dinheiro em rublos e o transferirá para uma segunda conta através da qual o pagamento é feito para a Rússia.
Mas várias empresas europeias, incluindo a Shell Energy, se recusaram a cumprir.
“A Shell não concordou com os novos termos de pagamento estabelecidos pela Gazprom”, disse um porta-voz da Shell à CNN Business na terça-feira. “Continuaremos a fornecer nossos clientes na Europa com nossa diversificada gama de suprimentos de gás.”
Da mesma forma, a empresa holandesa GasTerra disse em comunicado na segunda-feira que não cumpriria os “requisitos unilaterais de pagamento” da Gazprom.
Henning Gloystein, diretor de energia, clima e recursos do Eurasia Group, disse à CNN Business que a recente paralisação não representa uma “perda significativa de receita” para a Gazprom, uma vez que as exportações para a Shell Alemanha representaram menos de 1% do total das exportações russas para a UE no ano passado.
“Por outro lado, as empresas de energia europeias que dependem mais dos suprimentos russos… se voltaram em grande parte para o novo mecanismo de pagamento da Gazprom para proteger suas operações”, acrescentou.
– Inke Kappele, Anna Stewart e Robert North contribuíram com reportagens.
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