Polícia brasileira espanca até a morte um homem no porta-malas de um carro, mostra vídeo

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o vídeo Começa com três policiais rodoviários que suspendem um homem em uma estrada de terra no nordeste do Brasil.

Depois de um ferimento, as pernas do homem são mostradas sendo espancadas enquanto dois policiais o encurralam dentro de um hatchback da polícia. Fumaça branca pode ser vista saindo do carro.

Uma voz atrás da câmera diz: “Olhe para o cara ali, meu Deus.” “Eles estão matando ele dentro do carro.”

Ginvaldo de Jesus Santos, 38 anos, morreu quando a polícia o levou ao hospital na quarta-feira, segundo seus parentes. Ele estava indefeso e sofria de esquizofrenia quando a Polícia Rodoviária Federal o matou com gases letais na beira da estrada, segundo seu sobrinho, que disse que ele estava no local.

A polícia do Rio recebeu ordens para limitar as incursões em favelas durante a pandemia. Eles ainda estão matando centenas de pessoas.

Mesmo em um local há muito acostumado a matar policiais, o vídeo, que viralizou nas redes sociais, provocou terror e revolta em todo o Brasil.

“Ele disse à polícia o tempo todo que tinha um problema cardíaco, que tinha problemas mentais”, disse seu sobrinho, Wallison de Jesus, ao Washington Post. Eles continuaram a torturar e disseram a todos para ficarem longe.

A Polícia Federal do Brasil divulgou um comunicado na quinta-feira dizendo que estava investigando a morte de Santos em Umbaúba, no estado de Sergipe. Em nota separada, a Polícia Rodoviária Federal disse que vai cooperar com as autoridades de investigação e já havia suspendido os policiais envolvidos no acidente.

O vídeo provocou protestos na cidade natal de Santos e pede justiça em todo o Brasil, onde a polícia é notória por realizar ataques ferozes – incentivados pelo presidente brasileiro de extrema-direita Jair Bolsonaro como parte de sua agenda populista de combate ao crime.

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Na terça-feira, um dia antes de Santos morrer, Pelo menos 21 pessoas morreram Durante uma operação policial no Rio de Janeiro. Foi um dos ataques mais mortíferos dos últimos anos, mas foi o mais recente de uma longa lista de operações desse tipo.

Santos era negro, de acordo com as notícias brasileiras, e sua morte também provocou indignação com o histórico de discriminação e uso desproporcional da força contra homens negros da polícia.

“Não há saída para o Brasil que não seja construída para garantir a vida da população negra”, disse Douglas Belchior, membro de um grupo ativista chamado Delegação do Movimento Negro Brasileiro.

Lucas Rosario, porta-voz da Secretaria de Segurança Pública de Sergipe, que supervisiona a polícia estadual, não quis comentar sobre a autenticidade do vídeo. Ela disse que os membros da família Santos apresentaram o vídeo como prova quando registraram um boletim de ocorrência na quarta-feira.

“As imagens são simplesmente chocantes”, disse Samira Bueno, diretora executiva do não governamental Fórum Brasileiro de Segurança Pública. “Ele é um psicopata, e é a sua história de você usar um carro como câmara de gás para imobilizar qualquer um.”

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O Instituto de Medicina Legal de Sergipe, cujas autópsias foram feitas ao ar livre, disse quinta-feira que Santos morreu por asfixia, mas não conseguiu determinar a “causa direta” da morte.

O sobrinho de Santos disse ao The Post que viu a polícia jogar uma lata de gás lacrimogêneo no carro.

Rosario disse que a fonte do gás visto jorrando do carro está sob investigação.

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Testemunhas oculares e policiais deram relatos contraditórios.

Os oficiais disseram que Santos “resistiu ativamente” à polícia quando eles se aproximaram, De acordo com um comunicado divulgado nesta quarta-feiraE que ele “doeceu” ao ser levado para a delegacia.

De Jesus, seu sobrinho, disse que a polícia parou seu tio, que estava em uma motocicleta, e pediu que ele levantasse a camisa. Santos começou a ficar nervoso depois que a polícia encontrou pacotes de sua medicação. Seu sobrinho disse que informou os policiais sobre o estado de saúde mental de seu tio e que solicitou este medicamento.

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“Então a sessão de tortura começou”, disse de Jesus.

Seu sobrinho disse que a polícia agarrou Santos pelos braços, chutou suas pernas e o derrubou no chão. Depois de acertá-lo no chão, disse de Jesus, os policiais amarraram suas pernas e o jogaram no carro com uma lata de gás lacrimogêneo.

A esposa de Santos, Maria Fabiana dos Santos, G1. disse Que seu marido sofria de esquizofrenia há duas décadas, mas nunca foi violento.

“Eu vivi com ele por 17 anos”, disse ela. “Ele nunca atacou ninguém, nunca fez nada de errado, sempre fez a coisa certa. E em um momento como esse, eles o pegaram e fizeram o que fizeram.”

Ronaldo Cardoso da Silva, professor local e assistente social, disse ao The Washington Post que era amigo de Santos. Cardoso da Silva disse que escapou dos benefícios da Previdência Social e, às vezes, de empregos individuais, ocasionalmente dirigindo um riquixá e deixando passageiros sem dinheiro viajarem de graça.

Cerca de 6.000 brasileiros morreram após serem deliberadamente baleados por policiais em serviço em 2020. De acordo com os dados Do Observatório do Uso da Força Mortal na América Latina, um consórcio de pesquisadores e acadêmicos da região.

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Bolsonaro pediu aos criminosos que “morram nas ruas como baratas” e disse que a polícia que mata criminosos “deve ser homenageada, não processada”.

José Luis Raton, professor de Estudos Criminais da Universidade Federal de Pernambuco no Brasil, disse que o aumento de batidas violentas nos últimos anos contra os “socialmente vulneráveis” foi alimentado pelas autoridades… que incentivam e reforçam a polícia violenta, desordenada e descontrolada ação em nome do “combate ao crime”. “

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