Paraguaios enfrentam eleições que colocam em risco laços com Taiwan

ASSUNÇÃO, 30 de abril (Reuters) – Os paraguaios começaram a votar neste domingo no que pode ser o maior desafio eleitoral para o partido conservador Colorado em uma década e colocar em risco os laços de longa data do país com Taiwan.

As assembleias de voto abriram às 07:00 (11:00 GMT). Espera-se uma disputa acirrada entre o candidato presidencial do Partido Colorado, Santiago Pena, um economista de 44 anos, e Efrain Alegre, um veterano político de 60 anos. Uma ampla aliança de centro-esquerda e promessa de reformulação da política externa.

Em uma corrida presidencial em que o vencedor leva tudo, os eleitores elegem membros do Congresso e governadores em uma nação com menos de 7 milhões de pessoas. Os primeiros resultados são esperados por volta das 19:00 (23:00 GMT).

O Partido Colorado tem dominado a política no país sul-americano desde a década de 1950 e governou apenas cinco dos últimos 75 anos. Mas sua popularidade foi prejudicada por uma economia lenta e alegações de corrupção.

“Quero mudanças, sim, mas não com o Colorado, porque está lá há mais de 70 anos e estamos sofrendo”, disse Miriam Sanabria, vendedora de alimentos na capital, Assunção. “Precisamos de empregos, melhor segurança e remédios gratuitos nos hospitais.”

A economia, as alegações de corrupção e as opiniões dos candidatos sobre Taiwan dominam a preparação para a eleição. O Paraguai é um dos 13 países que mantêm relações diplomáticas formais com a ilha de governo democrático, que a China considera seu território.

Alegre criticou esses laços, que dificultaram a venda de soja e carne bovina para a China, um grande comprador global, e disse que a economia agrícola do país não recebe o suficiente de Taipei.

Pena disse que manterá laços com Taiwan.

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Alegre disse em entrevista na manhã de domingo que a votação será acompanhada de perto e que “não cederá” aos esforços para impedir a participação dos cidadãos.

“Até agora todos os relatórios foram positivos, o processo está sendo realizado sem nenhuma dificuldade”, disse ele à rádio local ABC.

Separadamente, Pena disse aos repórteres que um dos maiores desafios do país nesta eleição é “aumentar o valor da democracia”.

Nos eventos finais da campanha, Alegre mirou no líder do partido Colorado, Horacio Cortés, que em janeiro acusou o ex-presidente de traí-lo sob sanções dos Estados Unidos. Alegre o chamou de “Pablo Escobar do Paraguai”. Gartz nega as acusações.

Pena reconheceu as divisões partidárias em seu último discurso de campanha e prometeu ser um “símbolo da unidade partidária”.

Catherine Gonzalez, uma estudante, sentiu que nenhum dos candidatos oferecia o que o homem comum precisava.

“Acho que estão muito distantes das pessoas comuns que usam transporte público, que ganham um salário mínimo e precisam sobreviver, pagar aluguel e sustentar suas famílias”, disse ele.

Relatório de Lucinda Elliott e Daniela Desantis; Reportagem adicional de Miguel Lo Bianco; Edição de Adam Jordan e Sandra Maler

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