- autor, Nadine Youssef
- Papel, BBC Notícias
- Relatório de Toronto
“O próximo grande momento na história do esporte canadense começa hoje.”
Essas observações foram feitas em um vídeo que anunciou oficialmente que Toronto será o lar da mais nova franquia da Associação Nacional de Basquete Feminino (WNBA).
O lançamento foi comemorado em entrevista coletiva na cidade na quinta-feira, com a presença do primeiro-ministro Justin Trudeau, da prefeita de Toronto, Olivia Chao, e da estrela do rap Drake, que é embaixador do time de basquete da cidade.
A nova franquia será a 14ª da WNBA – e a primeira expansão da liga fora dos Estados Unidos.
É também um momento histórico para o esporte feminino no país, principalmente porque o basquete foi inventado por um canadense.
A equipe, que está prevista para começar a jogar em 2026, ainda não foi nomeada.
Mas as pessoas já estão começando a falar sobre o nome e o marketing da empresa, e que mensagem a equipe enviará ao Canadá e ao mundo com sua marca.
Nas redes sociais, um usuário sugeriu o nome Toronto Dragons, que estava na pequena lista de nomes de times do Raptors.
O Toronto Aurora foi divulgado pelo repórter da CBC Tom Harrington, como uma referência à aurora boreal.
Outros sugeriram Northstars, ou Huskies, o nome de um time histórico de basquete de Toronto que precedeu os Raptors e foi dissolvido em 1947 após apenas uma temporada.
Larry Tannenbaum, o empresário de Toronto que adquiriu uma franquia da WNBA na cidade por C$ 50 milhões (US$ 36,5 milhões; £ 28,7 milhões), disse à Associated Press que a equipe demorará para escolher um nome e “pedirá a opinião do público”.
Para Misty Meeks, especialista em relações públicas da NATIONAL, uma empresa de marketing com sede no Canadá, o nome da equipe deve se adequar à cultura da época, mas deve “crescer e evoluir ao longo do tempo e continuar relevante”.
Ela disse que ele também deveria aproveitar a importância de ser o primeiro time da WNBA do Canadá.
“Você não está apenas lançando um novo time, mas também abrindo o esporte feminino no Canadá, o que é um grande empreendimento”, disse Meeks à BBC.
“Trata-se de defender algo muito mais do que apenas uma equipe.”
Há exatos 30 anos, a cidade recebeu a tarefa de nomear um novo time de basquete: o Toronto Raptors.
Tom O’Grady, que era o primeiro diretor criativo da NBA na época, lembra que foi “uma tarefa muito difícil”.
“É preciso lembrar que (no início da década de 1990) os Maple Leafs eram uma religião nos esportes de Toronto naquela época”, disse ele à BBC, referindo-se ao time de hóquei no gelo.
“Era hóquei e depois todo o resto.”
O time de beisebol da cidade – o Toronto Blue Jays – também vinha de duas vitórias consecutivas no campeonato.
Por esse motivo, O’Grady disse que a equipe de marketing dos Raptors estava focada em abrir novos caminhos. Eles encontrarão um nome único e vestirão seus jogadores com uma cor diferente do azul tradicional usado pelos times de hóquei e beisebol da cidade.
Eles também queriam atrair fãs mais jovens para a cidade.
Na época, os dinossauros eram muito populares graças ao filme da Universal de 1993, Jurassic Park. Nasceu o nome Raptors.
“Foi perfeito para o que estávamos tentando fazer”, disse O’Grady. Atraiu as crianças e posicionou o Toronto Raptors como uma marca global.
“Todo mundo adora dinossauros.”
A equipe de marketing ainda queria testar o nome e envolver os fãs realizando um concurso, onde os torontonianos poderiam votar em seu nome favorito em uma lista de 10 nomes.
Além dos Raptors, outros apelidos incluíam Bobcats, Beavers e Hogs – uma referência ao apelido de “Hogtown” de Toronto.
O’Grady reconheceu que outros dois nomes receberam mais votos do que os Raptors.
Ele acrescentou: “Mas acho que as pessoas não entenderam. Não havia fotos ou slogans (na época).”
Muitos argumentariam que O’Grady e a NBA tomaram a decisão certa.
Embora alguns zombassem das camisas roxas e vermelhas originais do Toronto Raptors na época, o time tem sido um grande sucesso, vencendo um campeonato em 2019 e inspirando uma nova geração de canadenses a praticar o esporte.
O’Grady também foi fundamental no lançamento das primeiras oito equipes originais da WNBA.
Na época, disse ele, o foco estava na marca de “franquia irmã” dos times de basquete masculino existentes, já que os times frequentemente jogavam na mesma quadra.
O time WNBA de Houston tornou-se o Comets – inspirado no Houston Rockets, e o time de Sacramento foi nomeado Monarchs, em homenagem ao Sacramento Kings.
Uma das mais novas franquias da WNBA – o Golden State Valkyries – é uma imitação óbvia dos Golden State Warriors, que jogam na mesma arena.
Mas O’Grady disse que o time de Toronto tem a chance de criar sua própria identidade, em parte porque jogará em um local diferente do dos Raptors – um local onde o time profissional de hóquei feminino da cidade também sedia seus jogos.
“Acho que você quer fazer uma declaração que diga: ‘Não somos mais apenas um time irmão. “Estamos sozinhos”, disse ele.
O anúncio de quinta-feira forneceu algumas pistas sobre a direção da marca, com Tannenbaum observando que a franquia será “Team Canada”.
“Embora nossa base seja aqui em Toronto, jogaremos em Vancouver e Montreal ao longo da temporada, unindo o país por trás de nossa franquia”, disse ele.
Qualquer que seja o nome escolhido pelo time, Meeks disse que espera que a franquia seja um sucesso abraçado tanto pelos fãs quanto pelos patrocinadores.
“Acho que a hora é agora”, disse ela.
Com o recente sucesso do basquete feminino, a Sra. Meeks acrescentou que tem “grandes esperanças de que a Associação de Basquete Feminino seja muito bem recebida” tanto em Toronto quanto em todo o país.
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