Israel condenou o presidente brasileiro depois que ele acusou Israel de cometer genocídio em Gaza, comparando suas ações ao Holocausto.
Luiz Inácio Lula da Silva disse que a campanha militar israelense envolveu “um exército altamente preparado, mulheres e crianças”.
Israel acusou Lula de minimizar o Holocausto e diz que está lutando para destruir o Hamas e devolver os reféns feitos pelo grupo armado em 7 de outubro.
A principal organização judaica do Brasil também criticou as declarações de Lula.
Falando da Cimeira da União Africana na Etiópia, Lula disse: “O que está a acontecer na Faixa de Gaza com o povo palestiniano não tem paralelo em outros momentos históricos. Na verdade, estava lá quando Hitler decidiu matar os judeus”.
“Não é uma guerra de soldados contra soldados. É uma guerra entre um exército altamente preparado e mulheres e crianças.”
O veterano político de esquerda condenou o Hamas depois dos seus homens armados terem matado pelo menos 1.200 pessoas e feito 253 reféns num ataque surpresa a Israel em 7 de outubro.
Mas desde então ele criticou abertamente a campanha militar de retaliação de Israel, que o Ministério da Saúde gerido pelo Hamas em Gaza diz ter matado mais de 28.800 pessoas, a maioria delas mulheres e crianças.
Netanyahu disse que as declarações de Lula equivaleram a “um menosprezo do Holocausto e uma tentativa de prejudicar o povo judeu e o direito de Israel de se defender”.
Ele disse em um comunicado: “Comparar Israel ao Holocausto e a Hitler ultrapassa a linha vermelha”.
Seis milhões de judeus foram sistematicamente assassinados pelo regime nazista de Hitler durante as décadas de 1930 e 1940.
Israel convocou o embaixador brasileiro para a reunião nesta segunda-feira.
A Federação Brasileiro-Israelense disse que os comentários de Lula foram uma “distorção prejudicial da realidade” e “prejudicam a memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes”.
Lula apoiou o caso de genocídio da África do Sul contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça no ano passado.
Em Janeiro passado, os juízes do Tribunal Internacional de Justiça decidiram que o caso da África do Sul contra Israel poderia prosseguir.
O tribunal ordenou que Israel impedisse o seu exército de cometer actos que pudessem ser considerados genocídio, prevenisse e punisse o incitamento ao genocídio e permitisse a ajuda humanitária ao povo de Gaza.
Mas o tribunal não chegou a exigir que Israel cessasse imediatamente as suas operações militares em Gaza.
O Brasil e a África do Sul são membros do BRICS – uma aliança de algumas das mais importantes economias em desenvolvimento do mundo, reunidas para desafiar as nações ocidentais mais ricas.
No terreno, em Gaza, a Organização Mundial de Saúde disse que o Hospital Nasser na Faixa parou de funcionar após um ataque israelita. O exército israelense disse que sua operação era “meticulosa e limitada” e acusou o Hamas de “usar cinicamente hospitais para o terrorismo”.
Entretanto, estão em curso esforços para mediar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas no Cairo, embora os mediadores do Qatar tenham dito que os últimos progressos “não são muito promissores”.
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